Relatório da CPI das Bets é rejeitado e livra influenciadores de indiciamento

CPI das Apostas Esportivas (CPI das Bets) no Senado rejeitou na quinta-feira (12) o relatório final que recomendava o indiciamento das influenciadoras Virginia Fonseca e Deolane Bezerra, além de outras 14 pessoas, incluindo empresários do setor. A votação terminou em 4 votos contra e 3 a favor.

O parecer, apresentado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) na terça-feira (10), sugeria o envio das conclusões ao Ministério Público Federal, o que é procedimento padrão em CPIs. Apesar disso, o relatório não tem poder de indiciar diretamente — apenas recomenda ações às autoridades competentes.

Na sessão, estavam presentes os senadores Izalci Lucas (PL-DF), Eduardo Girão (Novo-CE), Eduardo Gomes (PL-TO) e Angelo Coronel (PSD-BA) — relator de outro projeto que trata da regulamentação das apostas. Também participaram Soraya e o presidente da comissão, Hiran Gonçalves (PP-RR).

Durante o debate, Girão insinuou que a CPI teria sido prejudicada pela suposta existência de senadores envolvidos em investigações, o que gerou um embate. O presidente Hiran reagiu, cobrando a revelação dos nomes mencionados de forma genérica:

“Queria que Vossa Excelência desse nome às pessoas. Dizer que há denúncias de corrupção envolvendo parlamentares, sem nomes, me agride. Eu não aceito isso.”

Soraya também rebateu, afirmando que há uma investigação em curso na Polícia Federal, e que qualquer suspeita no Congresso deve ser levada ao Conselho de Ética. Ela declarou ainda que processará todos os que a caluniaram:

“Não é papel desta CPI investigar tentativa de extorsão. Repetir acusações sem provas aqui dentro, a meu ver, é irresponsável. Trata-se de uma bravata, uma calúnia, e sim, eu processarei.”

Em 2023, a Polícia Federal abriu uma investigação sobre supostos pedidos de propina feitos por um lobista a empresários do setor de apostas. Uma das possíveis vítimas teria ligação com o cantor Gusttavo Lima, segundo a Folha de S.Paulo. O então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chegou a pedir ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, agilidade nas apurações, diante das especulações crescentes.

Outro episódio controverso foi a viagem do senador Ciro Nogueira (PP-PI), membro suplente da CPI, à Europa em um jatinho particular do empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG — dono de uma plataforma que oferece o polêmico "jogo do tigrinho".

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