Onze homens que atuavam na triagem de resíduos para uma empresa de reciclagem em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foram resgatados nesta terça-feira (24) de uma situação considerada análoga à escravidão. Entre os trabalhadores estava um idoso, e todos viviam em condições degradantes em um galpão improvisado no bairro Sete.
Os resgatados têm idades entre 41 e 64 anos e são oriundos da própria região metropolitana. Eles trabalhavam para uma empresa que coleta, separa e vende materiais recicláveis, e estavam alojados em uma estrutura feita com madeira reaproveitada e contêineres. O local não possuía janelas, tinha piso de terra batida, e o telhado apresentava buracos por onde entrava água da chuva. Além disso, havia esgoto acumulado no chão e ausência total de banheiros.
O espaço era compartilhado com animais, incluindo uma cadela com dez filhotes recém-nascidos, agravando ainda mais as condições de insalubridade. Diante do cenário, o galpão foi interditado pelos órgãos competentes.
A denúncia partiu de uma força-tarefa municipal, que encaminhou o caso ao Ministério Público do Estado (MPRS). Após investigação preliminar, o MPRS acionou o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal, que coordenaram a operação de resgate.
Durante a inspeção, foram ouvidos os trabalhadores e o proprietário do local. A empresa funcionava em área invadida e sem qualquer documentação legal, como alvará ou comprovação de posse. O dono foi preso em flagrante pela Polícia Federal e reconheceu que os trabalhadores viviam nessas condições há cerca de dez anos.
Além da prisão, o empregador foi notificado a pagar todas as verbas rescisórias devidas. Os trabalhadores também terão acesso a três parcelas do seguro-desemprego e foram encaminhados à rede de assistência social do município.
O caso segue sob investigação pelas autoridades competentes.
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