Tragédia em Manaus: pistoleiro do PCC confessa assassinato de pai e bebê de 2 anos por rivalidade de facções
Um crime brutal chocou moradores do bairro Val Paraíso, em Manaus, e trouxe à tona mais uma vez a crueldade da guerra entre facções criminosas. Na última semana, o pistoleiro Luis Fernando da Mata Oliveira, de 23 anos, conhecido como “Zeca”, confessou ter matado a tiros Moisés de Souza Sena, também de 23, e o filho dele, Lohan Miguel, uma criança de apenas 2 anos.
O duplo homicídio, cometido a sangue frio, teria sido motivado por um gesto feito pela vítima supostamente associado a uma facção rival. Segundo as autoridades, o criminoso integra o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa com atuação nacional.
❝Matei porque estava irado❞
Durante depoimento à Polícia Civil, Zeca não demonstrou arrependimento pelo assassinato do pai, mas chegou a lamentar a morte da criança. “Matei porque eu estava irado naquele dia, e ele (a vítima) estava fazendo gestos com as mãos da facção rival à minha”, declarou o acusado. Ainda segundo ele, após o crime, a arma utilizada – uma pistola 9mm – foi devolvida à facção.
Zeca ainda afirmou que se identificava com o menino, pois também tem um filho pequeno. A declaração, no entanto, não diminui a gravidade do crime, que teve repercussão nacional e gerou forte comoção.
Prisão no interior
Zeca foi capturado por equipes da Polícia Militar na segunda-feira (30), escondido na casa do sogro, na zona rural do município de Iranduba, a cerca de 40 km da capital amazonense. A operação contou com a participação da 30ª CICOM, Rocam, Pelotão Fluvial e da 8ª CIPM. O acusado não resistiu à prisão.
Ele foi conduzido à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), onde permaneceu sob custódia para os procedimentos legais. O inquérito foi instaurado e o Ministério Público deverá oferecer denúncia por homicídio duplamente qualificado.
Vítima inocente: o pequeno Lohan Miguel
Lohan Miguel, de apenas 2 anos, estava na motocicleta com os pais quando o ataque aconteceu. Eles seguiam para casa quando foram surpreendidos por Zeca, que atirou diversas vezes. O bebê chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
A mãe da criança, que também estava na moto, sobreviveu. O estado dela não foi detalhado pela polícia, mas, segundo vizinhos, ela está em acompanhamento psicológico e sob proteção de familiares.
Facções e a escalada da violência
O crime reacende o alerta sobre o avanço da atuação de facções criminosas no Norte do Brasil, onde o tráfico de drogas e a disputa territorial continuam vitimando inocentes. Autoridades locais reforçaram o patrulhamento em regiões críticas de Manaus.
Conclusão
O assassinato de Moisés e Lohan escancara o lado mais cruel da violência urbana no Brasil: o da banalização da morte, até mesmo de crianças, em nome de uma rivalidade que não poupa ninguém. A prisão de Zeca é um passo, mas a impunidade e o avanço do crime organizado seguem como desafios gigantescos para o sistema de segurança pública.
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