Ministério da Agricultura recolhe ração após mortes de cavalos: Bahia registra 40 casos

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) determinou o recolhimento imediato de todos os produtos da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda. destinados a equídeos, com data de fabricação a partir de 21 de novembro de 2024. A medida, válida desde 17 de junho, ocorre após a morte de centenas de cavalos em diversos estados brasileiros.

A investigação começou em 26 de maio e já contabiliza 122 mortes confirmadas, além de 36 óbitos sob apuração. Um levantamento extraoficial aponta 645 mortes de equinos em pelo menos seis estados: São Paulo (286), Rio de Janeiro (113), Goiás (74), Minas Gerais (67), Alagoas (64) e Bahia (40).

Segundo o Mapa, em todos os casos analisados até agora, os cavalos consumiram rações produzidas pela mesma empresa. Os animais, aparentemente saudáveis, apresentaram sintomas neurológicos agudos, como desorientação e comportamento anormal, e morreram poucos dias depois.

Um dos casos mais recentes aconteceu em Guarulhos (SP), onde nove cavalos de uma chácara rural morreram nos últimos dois meses. “Um cavalo passou a noite rodando em círculos numa baia e uma égua estava querendo morder a parede. É como se fosse uma demência”, relatou o criador Marcos Barbosa ao g1.

A Nutratta, com sede em Itumbiara (GO), afirmou em nota que lamenta profundamente as mortes e está colaborando com as investigações. A empresa disse ainda que análises laboratoriais apontaram a presença de monocrotalina, uma substância tóxica presente em plantas do gênero Crotalaria, comum em adubação verde e que pode ter contaminado matérias-primas vegetais.

Comercialização e distribuição dos produtos seguem suspensas por risco à saúde animal, enquanto o caso segue sendo investigado pelas autoridades.