PREFEITURA REMOVE ESTRUTURA DE BAR LIGADO A MÚSICO ASSASSINADO NO CABULA

Salvador (BA) – Em uma operação realizada na manhã desta quarta-feira (9), agentes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), com apoio da Guarda Civil Municipal, desmontaram estruturas irregulares do Bistrô dos Artistas, bar localizado na Rua Silveira Martins, no bairro do Cabula. O local era conhecido por ser frequentado por músicos e boêmios da região e pertencia a Yuri Oliveira Silva, artista assassinado em 2024 após uma discussão no trânsito.

Segundo a prefeitura, a ação teve como objetivo a retirada de barracas, toldos e extensões do bar que ocupavam indevidamente o passeio público. A Sedur informou que o estabelecimento funcionava sem alvará e já havia sido notificado anteriormente, mas continuava em atividade mesmo após interdição.

Histórico de irregularidade

De acordo com nota oficial da Sedur, o bar foi autuado por desrespeitar o Código de Obras do Município (Lei nº 3.903/88), que proíbe construções ou instalações sobre calçadas e espaços públicos sem licença prévia. As equipes alegam que a ocupação comprometia a mobilidade e a segurança de pedestres.

“O responsável pelo espaço já havia sido orientado a remover as estruturas. Como houve reincidência, a retirada foi feita de forma coercitiva”, afirmou um fiscal que participou da ação.

 Legado interrompido

O Bistrô dos Artistas era também uma homenagem viva ao seu idealizador, o músico Yuri Oliveira, que foi morto em outubro de 2024 em circunstâncias trágicas. Ele foi baleado após uma discussão com um motorista em plena luz do dia, episódio que chocou a comunidade artística de Salvador.

Desde sua morte, o bar vinha sendo gerido por uma sócia, que ainda não se pronunciou sobre a operação da Sedur. Vizinhos relatam que o espaço continuava servindo como ponto de encontro cultural no bairro, mesmo diante da situação irregular.

 Reações e clima no bairro

A remoção gerou opiniões divididas entre os moradores. Para a comerciante Vanessa Lima, a medida foi correta:

“Estava tudo muito desorganizado. Tomaram a calçada, atrapalhavam até os idosos que passam por ali todo dia.”

Já para o músico Léo Barreto, amigo de Yuri, a retirada tem um gosto amargo:

“Entendo que tem a parte legal, mas o bar também era um lugar de arte e de resistência. Depois da morte de Yuri, virou uma forma de manter viva a memória dele.”

 O que diz a Prefeitura

A Secretaria reforçou que o combate às ocupações irregulares seguirá sendo intensificado em diversos bairros da cidade, especialmente onde há reincidência. “Não se trata de perseguição a comerciantes, mas sim de garantir a ordem e o uso correto do espaço urbano”, disse a Sedur em nota.

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