A escalada da violência na capital baiana fez novas vítimas na madrugada desta segunda-feira (15). Dois jovens foram brutalmente assassinados a tiros na Rua Jaime Coelho, na localidade da Mangueira, no bairro de Massaranduba, em Salvador. As vítimas foram identificadas como Vinícius, de 19 anos, e Rian, de apenas 15.
Segundo informações da Polícia Militar, os corpos foram encontrados por volta das 7h da manhã por moradores, que acionaram o 17º Batalhão. As vítimas estavam caídas lado a lado, apresentando marcas de diversos disparos de arma de fogo, e não resistiram aos ferimentos. A área foi isolada e o Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizou a perícia no local.
Facções em guerra?
Fontes ligadas à investigação apontam que o crime pode ter ligação com a disputa territorial entre grupos criminosos rivais que atuam na Cidade Baixa. A região de Massaranduba, que faz parte da área crítica da segurança pública de Salvador, vem registrando um aumento de conflitos armados, especialmente ligados ao tráfico de drogas.
Apesar da linha de investigação apontar para uma possível retaliação promovida por uma facção, a polícia ainda não descarta outras hipóteses. Os investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) seguem em campo ouvindo testemunhas e buscando imagens de câmeras de segurança.
Salvador sob pressão
A execução de dois jovens, um deles menor de idade, escancara a fragilidade das políticas de proteção a adolescentes em áreas de risco. Nas redes sociais, moradores de Massaranduba expressaram revolta e medo com a situação.
“Acordar com dois corpos na porta de casa virou rotina aqui. E ninguém faz nada. Cadê o Estado?”, desabafou uma moradora, que preferiu não se identificar.
Reforço no policiamento
Após o crime, a Polícia Militar informou que irá intensificar o patrulhamento na Cidade Baixa, especialmente em pontos considerados sensíveis como Massaranduba, Bonfim e Uruguai. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Retrato de uma juventude silenciada
A morte de Rian e Vinícius representa mais do que estatísticas: reflete o abandono de uma juventude que cresce em meio à violência, sem acesso a oportunidades reais de mudança. Em bairros esquecidos pelo poder público, o crime se torna presença diária e muitas vezes, inevitável.
A comunidade local clama por justiça e medidas concretas que vão além das operações pontuais. Enquanto isso, duas famílias choram a perda de filhos que, assim como milhares de outros jovens nas periferias brasileiras, tiveram o futuro interrompido prematuramente.
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