Caos na Ladeira do Cacau Tentativa de assalto termina em morte dentro de ônibus lotado em Salvador

Salvador amanheceu em estado de alerta nesta quinta-feira (17) após uma tentativa de assalto terminar com a morte de um homem dentro de um ônibus do transporte coletivo. O crime aconteceu na movimentada Ladeira do Cacau, em São Caetano, por volta das 8h da manhã — um dos horários de maior fluxo na capital baiana.

Segundo relatos de passageiros, o homem entrou no ônibus da linha Largo do Tanque–Águas de Pitangueiras se passando por um usuário comum. Minutos depois, ao perceber o coletivo cheio, ele anunciou o assalto de forma agressiva, exigindo celulares e carteiras.

O que o suspeito não esperava era a reação imediata de um dos passageiros, que sacou uma arma de fogo e atirou. O assaltante foi atingido antes de conseguir fugir. Em pânico, os demais passageiros começaram a gritar e se aglomeraram na porta traseira para sair do veículo.

“Foi tudo muito rápido”

"Ele mandou todo mundo entregar o celular, mas logo depois a gente só ouviu um tiro e ele caiu. As pessoas começaram a gritar e pular do ônibus", contou uma passageira de 34 anos, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

Apesar do desespero, nenhum passageiro foi ferido. O atirador — possivelmente um policial à paisana ou um civil armado legalmente — deixou o local antes da chegada da polícia, o que levanta questionamentos sobre a legalidade da ação e a necessidade de identificação.

Trânsito travado e perícia no local

Com o corpo ainda dentro do ônibus, o trânsito na região foi completamente interditado. A Polícia Militar isolou a área para o trabalho da equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A perícia foi realizada dentro do coletivo, sob o olhar atento de curiosos e comerciantes da região.

A arma do suspeito, um simulacro de pistola, foi apreendida. A Polícia Civil confirmou que o homem morto ainda não havia sido identificado formalmente até o fechamento desta matéria.

Insegurança no transporte público

Moradores de São Caetano e bairros vizinhos dizem que a situação nos ônibus se tornou insustentável. “A gente sai de casa sem saber se volta. Tem assalto quase todo dia nessa linha. Agora tem gente reagindo, mas e se a bala pega numa criança ou idoso?”, desabafa Carlos Henrique, morador do bairro.

Segundo dados do Sindicato dos Rodoviários, só em 2025 já foram registrados mais de 270 assaltos a coletivos na capital e Região Metropolitana. O número representa um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Mistério sobre o autor do disparo

A polícia agora tenta identificar quem efetuou o disparo fatal. Imagens de câmeras de segurança internas do ônibus devem ser analisadas. A depender do resultado, o caso pode ser classificado como legítima defesa ou como homicídio culposo, caso tenha havido excesso.

Enquanto isso, o clima entre rodoviários e passageiros é de tensão e desamparo. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido.

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