Chefe de facção e outros três são presos por homicídios em Canoas

A Polícia Civil deflagrou a "Operação Esquadro" e prendeu quatro indivíduos ligados a uma facção do Vale do Sinos, suspeitos de envolvimento em dois homicídios em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Entre os detidos está um homem apontado como a liderança do grupo, responsável por ordenar as execuções.

Um dos crimes investigados, que chocou a cidade, ocorreu no dia 18 de julho. Um carro modelo Hyundai HB20 foi perseguido e o motorista, de 29 anos, foi baleado após colidir com um ônibus na Avenida Engenheiro Irineu Carvalho Braga, no bairro Rio Branco. Os atiradores estavam em um carro de luxo blindado e fugiram na contramão. O caso, gravado por câmeras de segurança, foi a principal pista para a investigação.

Pouco mais de um mês depois, na manhã desta quarta-feira (10 de setembro), a Polícia Civil de Canoas realizou a operação que resultou na prisão de quatro suspeitos, incluindo o chefe da facção. Três deles foram detidos com armas ou por serem procurados pela Justiça, enquanto o suposto mandante foi preso no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo. Ele tentou destruir seu celular no momento da abordagem.

Vítimas foram mortas por desobedecer à facção

Segundo a delegada Graziela Zinelli, responsável pela Delegacia de Homicídios de Canoas (DHPP), as vítimas teriam sido mortas por "condutas não condizentes com a hierarquia da facção". O motorista do HB20 e um jovem de 19 anos, assassinado dias antes em um condomínio no bairro Fátima, pertenciam à mesma organização criminosa.

O primeiro crime, no dia 17 de junho, teve as mesmas características: criminosos fortemente armados, se passando por policiais, invadiram um condomínio e executaram o jovem. A vítima, que tentou fugir nua, foi morta na escadaria do prédio.

A delegada afirma que a audácia dos atiradores, usando um carro blindado e agindo à luz do dia em um dos casos, demonstra a forte presença da facção dos "Manos" na região, que antes era controlada por um grupo rival.