A greve dos professores da rede municipal de Salvador completou na sexta-feira (5) dois meses de paralisação. Iniciada no dia 6 de maio, a mobilização reúne docentes, coordenadores e demais profissionais da educação, que cobram da Prefeitura um conjunto de medidas que passa por reajuste salarial, pagamento de gratificações atrasadas, melhoria na infraestrutura das escolas e valorização da carreira.
Mesmo com uma proposta apresentada pelo Executivo municipal em meados de junho, a categoria considerou a oferta “insuficiente” e decidiu manter a paralisação. Nesta segunda (7), a APLB-Sindicato realiza um seminário para apresentar detalhes da proposta aos trabalhadores. Uma nova assembleia geral está marcada para terça-feira (8), onde será definido se o movimento será encerrado ou seguirá por tempo indeterminado.
Entre os pontos apresentados pela Prefeitura estão: pagamento de retroativos, aumento de gratificações, concursos públicos ainda este ano e climatização das salas até dezembro de 2025. A gestão municipal também prometeu não punir os grevistas, com a condição de que as aulas sejam repostas.
No entanto, lideranças do movimento afirmam que a proposta não contempla o reajuste integral reivindicado e tampouco apresenta garantias claras de cumprimento. “A categoria está cansada de promessas. Queremos um compromisso real com a educação pública e com os trabalhadores que a sustentam”, declarou Rui Oliveira, coordenador da APLB em Salvador.
A greve foi considerada ilegal pela Justiça baiana e teve a decisão mantida pelo Supremo Tribunal Federal. Apesar disso, o movimento segue com forte adesão e apoio de parte significativa da sociedade civil.
“É preciso entender que estamos lutando por dignidade. Nossas escolas estão quentes, sem ventilação, com falta de material básico. Os professores adoecem por carga de trabalho e desvalorização constante”, relatou uma professora que preferiu não se identificar.
Enquanto o impasse persiste, cerca de 140 mil alunos da rede municipal seguem sem aulas. Pais e responsáveis demonstram preocupação com a continuidade do ano letivo. A Prefeitura já sinalizou que haverá reposição das aulas, mas sem previsão de calendário oficial.
A expectativa agora gira em torno da assembleia da próxima terça-feira. Caso a categoria aceite a proposta, a greve pode ser encerrada e um cronograma de reposição será anunciado. Caso contrário, Salvador poderá entrar para a história como uma das capitais com a greve de professores mais longa da década.
Notícia anterior
Carro bate em moto de entrega de gás na Av. Garibaldi e deixa o trânsito lento
Próxima notícia
TRABALHADOR É BALEADO DURANTE ARRASTÃO EM PLENA LUZ DO DIA NA AVENIDA ACM, EM SALVADOR