Brasil e China Firmam Acordo Inédito para Construção de Ferrovia Transoceânica Ligando Bahia ao Peru

Em um marco histórico para a infraestrutura e integração logística da América do Sul, o Brasil e a China assinaram um acordo inédito para estudar a viabilidade da construção de uma ferrovia transoceânica que ligará o litoral da Bahia ao porto de Chancay, no Peru.

O memorando foi firmado entre a estatal brasileira Infra S.A. e o Instituto de Planejamento da China Railway Economic and Planning Research Institute, na última segunda-feira (7). A parceria tem como objetivo desenvolver um corredor ferroviário que conectará o Atlântico ao Pacífico, facilitando o transporte de cargas e ampliando a competitividade comercial da região.

O projeto prevê a integração com as ferrovias já em construção no Brasil, como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico). O novo trajeto passará por Rondônia e Acre, cruzando a Cordilheira dos Andes até alcançar o porto peruano, inaugurado em 2024 com financiamento chinês.

Estimado em cerca de US$ 7 bilhões, o empreendimento contará com financiamento do Exim Bank of China, que poderá cobrir até 80% dos custos. Os estudos de viabilidade devem ser concluídos até o final deste ano, com previsão de início das obras para o segundo semestre de 2026 e operação comercial em 2030.

Apesar do otimismo, o projeto enfrenta desafios significativos, especialmente no que diz respeito ao impacto ambiental e social, já que a ferrovia cruzará áreas protegidas e territórios indígenas. Organizações ambientais pedem rigoroso licenciamento e diálogo com as comunidades locais para garantir sustentabilidade e respeito aos direitos.

Especialistas apontam que a ferrovia poderá reduzir em até 12 dias o tempo de transporte de mercadorias entre o Brasil e mercados asiáticos, via porto de Chancay, impulsionando o comércio internacional e o desenvolvimento econômico das regiões interiores.

Este acordo reforça o fortalecimento da cooperação entre Brasil e China e sinaliza um avanço estratégico na infraestrutura sul-americana, que poderá redesenhar as rotas comerciais do continente nas próximas décadas.

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