O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise silenciosa e devastadora. Nos últimos meses, 24 agricultores gaúchos tiraram a própria vida, incapazes de suportar o peso das dívidas e a pressão imposta pela perda de suas lavouras e pelo endividamento crescente.
O caso mais recente ocorreu em Humaitá, onde um produtor rural, sufocado pelas dívidas e sem conseguir negociar com o banco, cometeu suicídio no momento em que oficiais de justiça foram buscar o trator — sua principal ferramenta de trabalho e sustento da família. Ele deixou dois filhos pequenos: um bebê de apenas 2 meses e uma criança de 7 anos.
De acordo com o movimento SOS Agro RS, a tragédia não é um episódio isolado, mas parte de uma realidade cada vez mais frequente no campo. A taxa de suicídio entre trabalhadores rurais no Brasil chega a 20,5 por 100 mil habitantes, quase o dobro da média nacional. Pesquisas apontam como principais fatores o endividamento, o isolamento, crises climáticas, dificuldades financeiras e a ausência de apoio psicológico.
Entre 2010 e 2019, mais de 1.500 mortes foram registradas no país por ingestão proposital de defensivos agrícolas. Em algumas regiões, como Caicó (RN), 12,4% dos agricultores apresentaram ideação suicida, segundo estudo realizado em 2021.
No Rio Grande do Sul, secas e enchentes bilionárias ampliaram o colapso no setor, agravando ainda mais a situação financeira dos produtores. Para tentar conter o avanço dessas tragédias, o movimento SOS Agro RS organiza mobilizações, como o “tratoraço”, e reivindica do governo federal medidas urgentes, incluindo renegociação de dívidas, crédito acessível e suporte psicológico.
🔴 A morte do agricultor de Humaitá simboliza o drama de milhares de famílias brasileiras: não são apenas números, mas vidas interrompidas e crianças que crescem sem seus pais.
É urgente agir para salvar quem sustenta o Brasil com seu trabalho no campo.
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