Família de Juliana Marins opta por sepultamento no Brasil para garantir possibilidade de nova investigação
Niterói (RJ)
Mesmo após autorização judicial para a cremação do corpo de Juliana Marins, a jovem brasileira que morreu em um acidente durante trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, a família decidiu realizar o sepultamento em solo brasileiro. A escolha foi tomada com um objetivo claro: preservar a integridade do corpo para possíveis exames futuros, caso novos indícios ou dúvidas sobre as circunstâncias da morte surjam.
Juliana, de 22 anos, foi dada como morta após uma queda em área de difícil acesso durante uma trilha guiada no dia 21 de junho. O resgate do corpo só ocorreu três dias depois, gerando críticas ao protocolo das autoridades locais. A primeira autópsia, realizada na Indonésia, apontou trauma severo e hemorragia como causa da morte. No entanto, a demora no socorro levantou suspeitas e questionamentos sobre o atendimento à brasileira.
Da cremação ao sepultamento: decisão estratégica
Segundo o pai, Manoel Marins, a jovem expressava em vida o desejo de ser cremada, mas a família avaliou que o momento exigia cautela:
“Não estamos questionando os desejos dela, mas precisamos garantir que a verdade sobre o que aconteceu possa vir à tona se necessário. O sepultamento permite exumação futura a cremação, não”, afirmou o pai emocionado, durante o velório em Niterói (RJ).
A cerimônia foi marcada por forte comoção. O sepultamento aconteceu no Cemitério Parque da Colina, reunindo amigos, familiares e apoiadores do caso que ganhou repercussão nacional.
Justiça e indignação
A família de Juliana solicitou uma segunda autópsia, feita pelo Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, no Rio de Janeiro. O novo laudo deve ficar pronto nos próximos dias e poderá confirmar ou confrontar as informações fornecidas pelas autoridades da Indonésia.
Manoel também criticou a estrutura do resgate no país asiático, chamando o processo de “negligente, burocrático e desorganizado”. Ele cobra responsabilidade e afirma que o resgate tardio pode ter custado a vida da filha, caso ela estivesse viva após a queda.
Entenda o caso
Data do acidente: 21 de junho de 2025
Local: Vulcão Rinjani, ilha de Lombok, Indonésia
Resgate: Realizado três dias após o acidente
Causa da morte (laudo inicial): Trauma contundente e hemorragia
Nova autópsia: Em andamento no Brasil
Status do caso: Acompanhado por órgãos diplomáticos e pela Defensoria Pública
Repercussão e próximos passos
O caso Juliana Marins reacende o debate sobre os riscos enfrentados por turistas em trilhas internacionais e a responsabilidade de empresas locais de turismo. Organizações de direitos humanos e segurança internacional pedem maior rigor nas regulamentações de atividades de risco em áreas isoladas.
A Embaixada Brasileira na Indonésia confirmou que acompanha o caso e aguarda os laudos complementares para definir possíveis medidas junto às autoridades do país asiático.
Memória e justiça
Juliana era estudante de Direito e viajava pela Ásia em busca de experiências culturais. Sua morte comoveu internautas e gerou uma campanha online por justiça. Agora, a decisão pelo sepultamento se torna também uma declaração da família de que a luta pela verdade não será encerrada com o luto.
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